Enquanto o telégrafo nos dava notícias tão graves (...), coisas que entram pelos olhos, eu apertei os meus para ver coisas miúdas, coisas que escapam ao maior número, coisas de míopes. A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam.

(Machado de Assis)





O pensamento desse escritor carioca revela bem a preocupação contemporânea para com as "coisas miúdas", pois nelas encontramos as maiores revelações do cotidiano.

O cotidiano deve ser encarado como uma possibilidade histórica, através dele reconstituimos a sociedade e assim compreendemos os seus hábitos e costumes.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ODISSÉIA DO SOM

Sobre o aprisionamento das palavras e do som, este lindo sonho, diversas foram as histórias concebidas pelo homem e podemos encontrá-las nas lendas e na literatura.
A lenda mais antiga data de dois mil anos antes de Cristo e discorre sobre um imperador chinês que recebeu de presente, de um viajante uma estranha caixa que continha palavras, as quais somente poderiam ser lidas com as orelhas.
O interessante, além da ideia, é a forma como é apresentada: a imagem de se ler com as orelhas. Afinal, como o homem poderia se referir a gravação?
Se existiu ou não esta estranha caixa, não se sabe. Mas o importante é saber que há 4.000 anos existe a aspiração do homem de poder prender a palavra e liberá-la a seu bel-prazer.
Sabe-se que somente na virada do século XIX, através da ciência, foi possível apagar o etéreo que envolvia o sonho, para apresentar a devaneadora máquina que é o "fonógrafo", de Edison, que abre caminho para o seu substituto o "gramofone" que povoca a criação dos discos, das 70 para as 78 rotações, produzindo um som mais agradável.
Referências:
Texto de Amaro Moraes e Silva Neto - livro "Odisséia do Som"
Museu da Imagem e do Som - São Paulo.

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