Enquanto o telégrafo nos dava notícias tão graves (...), coisas que entram pelos olhos, eu apertei os meus para ver coisas miúdas, coisas que escapam ao maior número, coisas de míopes. A vantagem dos míopes é enxergar onde as grandes vistas não pegam.

(Machado de Assis)





O pensamento desse escritor carioca revela bem a preocupação contemporânea para com as "coisas miúdas", pois nelas encontramos as maiores revelações do cotidiano.

O cotidiano deve ser encarado como uma possibilidade histórica, através dele reconstituimos a sociedade e assim compreendemos os seus hábitos e costumes.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010



O lambe-lambe representa tanto o profissional fotógrafo do início do século XIX quanto a máquina fotográfica utilizada por ele.
A explicação para a adoção do nome é controversa, são várias as versões, mas todas indicam uma ação óbvia o ato de "lamber", para alguns molhava-se o polegar e a ponta do indicador com saliva e fazia-se uma leve pressão com esses dois dedos sobre um dos cantos da superfície do material fotográfico. O lado que estivesse com a emulsão apresentaria uma certa aderência, ou seja, tenderia a colar, assim o profissional conseguia identificar o lado certo. Esta explicação parece-nos bastante plausível e ainda reserva em si uma certa magia que nos seduz.

"Mas é inevitável que de cada procedimento técnico, exercido com amor e rigor, se desprenda uma poesia específica. Mais ainda no caso da fotografia, cujo vocabulário já participa da magia poética - a gelatina, a imagem latente, o pancromático - e cujas operações se assimilam naturalmente às da criação poética - a sensibilização pela luz, o banho revelador, o mistério da claridade implícita no opaco, da sombra representada pelo translúcido - ó Mallarmé!"
Carlos Drumond de Andrade

Para aqueles que se interessarem em ler mais sobre o assunto sugiro:
http://www.mnemocine.com.br/fotografia/rubens.htm

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